Dir.: Domingos Oliveira; Escrito por Domingos Oliveira; Com Maitê Proença, Domingos Oliveira, Priscilla Rozenbaum. 2012 - Forte Filmes (81 min. - 12 anos)
Com dificuldades para lançar os seus dois últimos projetos, o diretor e roteirista Domingos Oliveira encontrou como solução estrear ambos os filmes em um mesmo final de semana. O primeiro longa é "Paixão e Acaso" (que já foi objeto de um texto aqui no Cinematógrapho) e o segundo é o de título auto-explicativo "Primeiro Dia de um Ano Qualquer".
Ganhador do prêmio de melhor roteiro no Festival de Gramado 2012, o filme se desenrola ao longo de um dia 1º de janeiro (daí o título), quando um grupo de amigos e familiares está reunido em uma aconchegante casa de veraneio na Região Serrana fluminense depois de passarem o Revéillon juntos. Entretanto, o que era para ser algumas horas tranquilas, de puro ócio, se transforma rapidamente em um turbilhão de emoções (boas e ruins) envolvendo uma gama de personagens diferentes.
Diferentemente de "Paixão e Acaso", "Primeiro Dia de um Ano Qualquer" não chega a causar vergonha pela sua produção pobre. Na verdade, aqui o pior são os títulos, todos dignos de Windows Movie Maker. Pelo menos no outro filme de Domingos Oliveira os letreiros iniciais fazem uma simpática homenagem a Woody Allen, apresentando a característica fonte Windsor dos longas do diretor nova-iorquino.
Entretanto, em "Primeiro Dia...", a edição é infinitamente superior e a fotografia muito melhor realizada, diria até que em alguns momentos é bem bonita. Claro que filmar em uma belíssima casa (da atriz Maitê Proença) no meio da floresta com as formas da serra fluminense como pano de fundo facilitam (e muito!) o trabalho.
Infelizmente, o roteiro deixa a desejar. O filme é daqueles em que não há uma história muito bem definida, ao invés disso, o texto parece mais um amontoado de observações e pequenos esquetes. Há alguns traços de enredo, como a história envolvendo a personagem de Priscilla Rozenbaum, que passa o dia inteiro questionando o seu casamento, porém elas são desinteressantes, possuem figuras bem chatinhas e algumas delas têm uma moral, no mínimo, duvidosa. Em poucas palavras, falta foco ao filme. Não há nenhum objetivo, nenhum obstáculo no caminho dos personagens, tanto que, no final das contas, o longa termina do mesmo jeito que começou. É simplesmente monótono!
O elenco, por outro lado, parece perceber que o texto em si não é nenhuma maravilha e, portanto, tenta trazer alguma vida ao filme. Há alguns, como a anfitriã Maitê Proença, que se saem melhor do que outros, mas, no geral, os atores desempenham bem os seus papéis. Até o próprios Domingos, com sua fala meio enrolada, está bem à vontade em seu personagem (que não deixa de ser um alter ego de si próprio).
"Primeiro Dia de um Ano Qualquer" vale por alguns bons momentos, como a hilária participação especial de Ney Matogrosso, mas, no geral, é um filme insosso e que parece ter sido muito mais divertido de se fazer do que é de se assistir.
NOTA: 2.5/5
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