sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians)


Dir.: Peter Ramsey; Escrito por David Lindsay-Abaire; Com Chris Pine, Alec Baldwin, Jude Law, Isla Fisher, Hugh Jackman. 2012 - Paramount (97 min.)


A premissa de "A Origem dos Guardiões" é bastante interessante. Imagina se Papai Noel, a Fada do Dente, Jack Frost, o Coelhinho da Páscoa e o Sandman se juntassem para lutar contra o Bicho Papão. Já parece ser uma boa história, não? Adicione a isso a marca Dreamworks Animation e você já espera uma boa diversão, certo? Se você achou isso, bem pode esquecer de tudo, pois "A Origem dos Guardiões" é uma bela de uma decepção.

É inegável que a produção do filme é muito caprichada. A animação é de primeira, como já é de se esperar do estúdio, e há ótimas sacadas quanto ao visual dos cenários e dos personagens. Exemplo disso são os lares do Papai Noel, do Coelhinho da Páscoa e da Fada dos Dentes e seus respectivos traços físicos como as tatuagens, a estatura e a aparência de beija-flor. Isso sem contar os belíssimos sonhos feitos de areia do Sandman e as piruetas de Jack Frost enquanto voa.

Porém, se visualmente o filme é de bater palmas, o mesmo não pode ser dito de sua narrativa. Na verdade, "A Origem dos Guardiões" é mais um daqueles filmes em que a premissa é muito mais interessante do que a história em si. O que parece ainda pior quando se sabe que o roteirista do filme é David Lindsay-Abaire, autor teatral ganhador do Prêmio Pulitzer e com alguns roteiros cinematográficos em seu currículo.

O problema de "A Origem dos Guardiões" já é típico da Dreamworks Animation. Conhecido por seus filmes irônicos e satíricos, o estúdio de vez em quando decide fazer um longa mais fofinho e menos ácido. Não vejo nenhum problema nisso, afinal quanto maior a diversidade melhor. A questão é que, geralmente, a Dreamworks erra a mão e ao invés de fazer um filme que mescla bem o drama com a comédia (algo que a sua rival Pixar faz com maestria), ela faz um filme bobinho, meloso e moralista.

Em "A Origem dos Guardiões" isso fica claro com aquela insistência em fazer com que toda criança seja um amor de pessoa, cheia de amor pra dar. As crianças são iguais a qualquer ser humano, elas têm um lado bom e um lado ruim, então por que os filmes tendem a mostrá-las como seres lindos e maravilhosos ou como verdadeiros diabos na Terra? Não há meio-termo? 

Além disso, o final do filme é sacarina pura, cheio de sorrisos e lições de moral. Não tem como o filme terminar bem, mas sem uma sessão de didatismo? São por essas e outras que "A Origem dos Guardiões" me lembrou em vários momentos "Bee Movie", outro filme da Dreamworks que sofria com o mesmo problema. Tinha uma premissa interessante, mas que era prejudicada por uma história sem sal. E olha que este último ainda tinha as referências à cultura pop típicas do estúdio!

Se por um lado, "A Origem dos Guardiões" é um colírio para os olhos e possui uma ótima trilha sonora de Alexandre Desplat, por outro o 3D não serve para nada e a história é muito sem-graça. Mais uma oportunidade perdida...

NOTA: 2.5/5


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