Dir.: David O. Russel; Escrito por David O. Russel; Com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Jacki Weaver, Chris Tucker. 2012 - Paris (122 min. - 12 anos)
Exite um tipo de filme que é chamado de "Oscar bait", isto é, isca para Oscar. São aqueles filmes que são feitos sob medida para atrair a atenção das grandes premiações cinematográficas como o Globo de Ouro, o SAG e, obviamente, o Oscar. Este ano, há dois claros "Oscar baits": "Lincoln" e "Os Miseráveis". O primeiro é um drama político sobre o presidente mais popular da história dos EUA dirigido por Steven Spielberg e estrelado por três ganhadores do Oscar; o segundo é um musical - gênero adorado pela Academia, mesmo que não tenha tido muita sorte nesta última década - , adaptação de um dos espetáculos mais conhecidos de todos os tempos, com um elenco de dar inveja e direção de um recente ganhador do Oscar por um típico "Oscar bait". Curiosamente, este ano os dois exemplos de iscas para o Oscar são, na minha opinião, exatamente os dois piores da lista dos nove indicados a melhor filme. Na realidade, o filme que mais me cativou foi uma comédia romântica, gênero pouquíssimo reconhecido e que vem sofrendo um desgaste nos últimos anos: "O Lado Bom da Vida".
Dirigido por David O. Russel (indicado ao Oscar há dois anos atrás pelo excelente "O Vencedor"), o filme acompanha Pat, um professor de História diagnosticado com transtorno bipolar, no momento em que ele sai da clínica onde estava internado e volta a se relacionar com a sociedade, na esperança de reaver a mulher de sua vida.
Como já é de esperar, nada vai acontecer tranquilamente, pois volta e meia ele vai sofrer sérias mudanças de humor, aparentando ser uma ameaça à sua vizinhança. Nessa confusão toda, aparece uma pessoa que entende exatamente como ele se sente: Tiffany, a cunhada de seu melhor amigo. Viúva, Tiffany manchou a sua reputação quando transou com todos do seu trabalho como forma de esquecer a dor de perder o marido. Deste encontro inusitado, surge uma amizade que pode, finalmente, trazer uma nova luz às vidas de ambos.
Como consequência disso, não só temos incríveis performances de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (agora oscarizada) como os dois protagonistas da história, mas também de todo o elenco, que está soberbo. Não é por nada que é a primeira vez em 31 anos que um filme é indicado a todas as quatro categorias de atuação no Oscar. Mas a maior surpresa, talvez, venha de Robert De Niro, que tem a sua melhor performance em muitos e muitos anos. Como o patriarca da família de Pat, De Niro usa todos os seus cacoetes a seu favor, a fim de brincar com as manias de seu personagem: um homem extremamente supersticioso, que tira o seu sustento fazendo apostas.
Em poucas palavras, "O Lado Bom da Vida" é uma forma extremamente divertida, sensível e bem-feita, mesmo que previsível ao final, de dizer que todos nós somos loucos de uma maneira ou de outra. E quer saber? Melhor assim.
NOTA: 4/5
Nenhum comentário:
Postar um comentário