Dir.: Bill Condon; Escrito por Melissa Rosenberg; Com Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner. 2012 - Paris (115 min. - 12 anos)
Sejamos sinceros, a Saga Crepúsculo está longe de ser um exemplo de qualidade cinematográfica. As atuações são bem ruinzinhas (não é por nada que o trio de protagonistas é alvo de inúmeras piadas), a história é estupidamente absurda (ainda quero saber como um vampiro consegue fazer sexo e ainda liberar esperma), os personagens são bobos (convenhamos, a Bella é uma mala sem alça), os efeitos especiais são toscos (os lobos, a "pele de diamante" e a alta velocidade dos vampiros etc.)... Enfim, a franquia é uma vergonha!
Entretanto, assistir todo ano a um novo filme da Saga Crepúsculo se tornou uma espécie de tradição. É o momento perfeito de se reunir os amigos (aqueles que amam e aqueles que odeiam a série), comprar um combo de pipoca com refrigerante na bomboniére careira do cinema e simplesmente desligar o cérebro por duas horas. E quer saber? Eu amo isso!
Ame ou odeie a Saga Crepúsculo, deve-se admitir que os seus filmes reúnem as pessoas. Uma sessão de qualquer longa da franquia é uma verdadeira festa, na qual todos marcam presença: os amantes de Crepúsculo vibram quando Taylor Lautner tira a camisa, mas se desesperam quando algo de ruim acontece ao casal Bella e Edward, por outro lado, os "haters" debocham da maquiagem grotesca dos vampiros e dos diálogos dignos das piores novelas mexicanas. Enquanto isso, os indiferentes riem dessa guerrinha amigável. A Saga Crepúsculo é o equivalente cinematográfico dos versos de "Music" da Madonna: "music makes the people come together/music makes the bourgeoisie and the rebel". E é exatamente por isso que eu gostei de "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2, o Final" muito mais do que eu imaginava que gostaria!
A principal razão para isso é que este novo filme traz todas as marcas registradas da série, as quais já comentei acima, aquelas que muitos amam e muitos odeiam. A história ainda é bobinha (neste novo capítulo, Bella e cia. devem lutar contra os Volturi a fim de proteger Renesmee, filha de Bella e Edward), os efeitos especiais, apesar de melhores, ainda estão bem abaixo dos padrões hollywoodianos e as atuações ainda estão longe de serem boas (mesmo que tenham melhorado também). Enfim, a série se manteve honesta às suas origens.
Mesmo assim, certos pontos melhoraram de verdade se comparados aos primeiros filmes da série. A fotografia deste último capítulo é infinitamente melhor do que aquele mar azul que era o "Crepúsculo"da Catherine Hardwicke e a trilha sonora de Carter Burwell também está muito boa. Mas a principal melhora é o clímax. Em "Amanhecer - Parte 2" há uma batalha épica muito bem filmada e até bastante emocionante, algo que não me lembro de ver anteriormente na série - muito menos em "Amanhecer - Parte 1" em que literalmente nada de interessante acontece, a não ser as tosquices que salvavam o filme (aquela cena dos lobos falando através do pensamento é indescritível).
No final das contas, eu gostei de "A Saga Crepúsculo - Amanhecer - Parte 2, o Final" pelo conjunto da obra (eu até me diverti com as índias Ticuna do Brasil, que de brasileiras não tinham nada), pelo que estava dentro da tela e pelo que estava fora dela. Eu vou, sinceramente, sentir falta da Saga Crepúsculo por todas as suas tosquices, por toda sua pieguice, por tudo de ruim que ela tem, mas do que eu vou mais sentir saudade é do calor humano nas sessões da franquia, de toda a interatividade entre público e filme. Em resumo, a Saga Crepúsculo pode ser uma ótima porcaria, mas ela representa a real diversão que é ir ao cinema.
NOTA: 3.5/5
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