domingo, 7 de outubro de 2012

8 1/2 (8 1/2)


Dir.: Federico Fellini; Escrito por Ennio Flaiano, Tullio Pinelli, Federico Fellini e Brunello Rondi; Com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Anouk Aimee. 1963 - Continental (138 min.)


O cineasta Federico Fellini, um dos mais famosos e reconhecidos realizadores italianos, é conhecido por causa de diversos filmes como "A Doce Vida", "Satyricon" e "Amarcord". Porém, é inegável que o seu filme mais celebrado seja "8 1/2" de 1963.

Passado na época de ouro do cinema italiano, o filme conta as desventuras vividas por um genial, porém frustrado, cineasta durante a produção de seu mais novo e aguardado filme. Tudo isso, enquanto está cercado de diversas mulheres, como a sua triste esposa Luísa, a espevitada amante Carla, a sua musa Cláudia, a excitante Gloria, a prostituta de sua infância Saraghina e até a sua defunta mãe, que bagunçam ainda mais a sua vida e deixam Guido cada vez mais confuso em relação ao seu passado, presente e futuro.

Extremamente elétrico, o filme passa todo o caos mental do protagonista para a tela com total eficiência. Portanto, não é de se estranhar que a cena de abertura de "8 1/2" seja um sonho para lá de estranho: um engarrafamento infernal do qual Guido foge voando. Além disso, tem o momento em que Guido sonha com o seu harém, habitado pelas várias mulheres de sua vida. Na minha opinião, essa é a melhor cena de todo o filme. Os flashbacks também são contantes. O filme vai e volta no tempo a fim de contar toda a infância de menino pobre e católico do cineasta.

Porém, quem realmente faz toda essa colagem dar certo é Marcello Mastroianni, que está ótimo na pele de Guido. Os momentos em que o seu personagem entra em desespero e tem um de seus muitos delírios são ótimos. Isso sem contar a interação dele com todas as atrizes com as quais contracena, cada uma delas recebendo um tratamento diferente, às vezes mais amigável, outras vezes mais rude.

As mulheres, por sinal, também são incríveis! Anouk Aimee como Luisa, a esposa de Guido, está muito bem ao mostrar toda a fragilidade, mas também força (escondida) que a sua personagem possui. Claudia Cardinale, apesar de aparecer pouco e já próximo ao final do filme, tem uma presença marcante como a grande estrela dos filmes de Guido. Há, porém, as personagens de cunho mais cômico como a matrona Saraghina, vivida por Eddra Gale, e a minha favorita, Carla, a amante interpretada por Sandra Milo. A cena em que ela chega na estação de trem, logo no início do longa, é uma das minhas favoritas.

Uma história de amor ao cinema, às mulheres e à vida, "8 1/2" conta uma história ótima e divertida com muito bom-humor e ótimas interpretações, além de belíssimos figurino e fotografia em preto e branco.


NOTA: 4/5


Nenhum comentário:

Postar um comentário