Dir.: Stephen Chbosky; Escrito por Stephen Chbosky; Com Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Paul Rudd. 2012 - Paris (102 min. - 14 anos)
A adolescência já foi abordada diversas vezes no cinema, tendo o seu auge nos anos 1980 com os filmes de John Hughes como "Curtindo a Vida Adoidado" e "Clube dos Cinco". O gênero possui diversos clichês como as diversas práticas de bullying e a extrema segregação dos alunos entre vários grupos, entre eles, os atletas, as líderes de torcida, os geeks e os invisíveis. Estes últimos sendo geralmente os mais explorados nesses filmes, simplesmente porque costumam ser os indivíduos mais complexos psicologicamente falando.
Então, por agregar tantos clichês em apenas um único filme (além de ter a história mais batida de todas, aquela do aluno não-popular que conhece pessoas que mudarão a sua vida para sempre), "As Vantagens de ser Invisível" poderia ter virado apenas mais um filme norte-americano de colegial, porém o diretor e roteirista Stephen Chbosky conseguiu fugir da mesmice e criou um ótimo filme sobre a adolescência.
Indo na contra-mão de novos clássicos do gênero como os divertidíssimos "As Patricinhas de Beverly Hills" e "Meninas Malvadas", "As Vantagens de ser Invisível" procura manter o pé no chão o tempo todo. O primeiro passo para isso foi a escolha do elenco certo, e aqui não poderia ser mais preciso.
Para começar, todos os três protagonistas realmente aparentam a idade de seus personagens, algo extremamente difícil de se ver no cinema, além disso todos atuam muito bem. Logan Lerman, que não teve muita chance de mostrar do que era capaz em seus últimos filmes como "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" e "Os Três Mosqueteiros", se sai incrivelmente bem como Charlie, o personagem principal da trama, demonstrando versatilidade e competência.
Os outros dois, Emma Watson e Ezra Miller, já são conhecidos por seus ótimos desempenhos. Emma por seu trabalho na saga "Harry Potter", na qual se mostrava superior aos seu colegas Daniel Radcliffe e Rupert Grint, e Ezra em "Precisamos Falar Sobre o Kevin". Aqui, os dois não desapontam e arrasam como os meio-irmãos Sam e Patrick, principalmente Ezra, que consegue transformar Patrick, um personagem com séria tendência à caricatura, na melhor figura do filme.
O fato de "As Vantagens de ser Invisível" ter sido adaptado para as telas e dirigido pelo próprio autor do livro também ajuda e muito o filme. Dessa forma, o longa saiu bem pessoal e nada artificial, algo que poderia ter acontecido caso Chbosky não estivesse tão envolvido na produção.
Enfim, não há muito mais o que dizer. "As Vantagens de ser Invisível" é um filme que realmente entende a adolescência e não mais um daqueles longas escritos por adultos que se acham "maneiros" o suficiente para escrever para jovens.
NOTA: 4/5
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