Dir.: Billy Wilder; Escrito por Billy Wilder, Samuel Taylor e Ernest Lehman; Com Audrey Hepburn, Humphrey Bogart, William Holden. 1954 - Paramount (113 min.)
Não há como resistir à Audrey Hepburn! Apesar de não possui um físico que chame a atenção (ela era bem magra e longe de ser uma mulher curvilínea), Hepburn ganhava o coração do público através de seu enorme carisma. Toda vez que ela aparecia na tela, é como se a cena se iluminasse, ganhasse mais vida, e por isso se tornou o grande símbolo que é até hoje. E um dos primeiros filmes que fez depois de atingir o estrelato foi "Sabrina", de 1954.
Dirigida pelo mestre Billy Wilder, esta comédia romântica conta a história de uma jovem chamada Sabrina, filha do motorista de uma rica família de Nova York, que sempre quis estar nos grandes bailes da classe alta, acompanhada por um de seus integrantes, o herdeiro David. Porém, esse desejo nunca foi realizado, o que a torna uma pessoa extremamente triste e solitária.
Porém, ao voltar de Paris, onde passou um tempo aprendendo a cozinhar numa das melhores escolas de culinária do mundo, Sabrina se mostra uma mulher mudada: independente, bem-vestida e muito mais vistosa do que antes. Obviamente, isto chama a atenção de David, mas também de seu irmão mais velho, Linus. Forma-se, então, um dos triângulos amorosos mais famosos do cinema.
Uma das maiores qualidades de "Sabrina" é o seu elenco. Além de Hepburn, o trio de protagonistas conta com Humphrey Bogart e William Holden. Bogart, intérprete de Linus, faz muito bem o papel do homem aparentemente sisudo, mas que esconde um enorme coração. Enquanto isso, Holden está hilário como o playboy David, rendendo ótimos momentos cômicos, como quando seu personagem senta sobre duas taças de champanhe e depois tem que sofrer com o seu tratamento nada comum.
Falando em humor, o roteiro de "Sabrina" também é ótimo. Apesar de ser basicamente um conto de fadas em plena Nova York, o longa consegue tratar também de assuntos sérios como o suicídio. Entretanto, tudo é feito de forma bastante leve para não chocar. Além disso, o roteiro de Wilder e Ernest Lehman é um exemplo perfeito de equilíbrio entre romance e sátira. Apesar de contar uma história de amor, o filme faz uma crítica bem forte aos ricos nova-iorquinos, retratando-os muitas vezes como pessoas frias para com os mais pobres, mas ao mesmo tempo, extremamente imaturas, como fica claro nas diversas festas que acontecem durante o filme.
Enfim, para quem é fã do gênero, "Sabrina" é um título indispensável.
NOTA: 4/5
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