segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Quinto Elemento (The Fifth Element)


Dir.: Luc Besson; Escrito por Luc Besson e Robert Mark Kamen; Com Bruce Willis, Milla Jovovich, Gary Oldman, Chris Tucker. 1997 - Sony (126 min. - 14 anos)


Apesar de já terem se passado mais de quinze anos desde a estreia de "O Quinto Elemento", até hoje, o longa do diretor francês Luc Besson é um dos mais controversos títulos do gênero da ficção-científica. Há um grupo que o considera uma das maiores palhaçadas em todos os sentidos já lançada: história, atuação, cenografia, figurino etc: tudo uma porcaria! Porém, como todo filme polêmico, "O Quinto Elemento" tem também seus defensores, que veem nele um dos mais divertidos sci-fi dos últimos vinte anos. Bom, digo com muito orgulho que eu me encaixo no segundo grupo.

Não posso mentir e dizer para você que o filme prima pelo bom-gosto. Muito pelo contrário, tudo é exagerado e demasiadamente kitsch, até para aqueles que consideram o kitsch algo cool. Porém, é exatamente aí que está o charme de "O Quinto Elemento". O filme não seria o mesmo se não fossem os alienígenas toscos, o cabelo laranja da Milla Jovovich e o penteado medonho do Gary Oldman. E sabe por que tudo isso dá certo? Porque em nenhum momento o filme se leva a sério.

Tudo começa com a história. Em pleno século XXIII, uma força extraterrestre em constante crescimento ameaça a vida na Terra, o que traz preocupações às grandes autoridades do planeta, que não conseguem encontrar uma solução para evitar a catástrofe. É aí que chegam à Terra naves lideradas por uma raça alienígena que tem a resposta para todo o Mal do Universo: o Quinto Elemento. Entretanto, quando esses seres são atacados, o Quinto Elemento desaparece, até que é, felizmente, encontrado por cientistas ligados ao governo. Porém, nem tudo é tão fácil quanto parece, pois ao darem à nova descoberta uma forma humana, chamada Leeloo, esta foge do laboratório onde estava presa e sai em busca, em plena Nova York do futuro, de um padre que irá lhe ajudar a atingir os seus objetivos de salvar o planeta. Porém, em suas andanças ela encontra um ex-major, agora taxista, que irá ajudá-la e se vê frente a frente com uma mente perigosa que deseja capturá-la e deixar que o Mal corra solto pela Terra.

Se você já achou o enredo bobo, isso é porque você ainda nem ficou sabendo do resto do longa. Para fazer companhia a esta história digna de filmes-B, o diretor Luc Besson decidiu fazer um filme totalmente acima do tom e com personagens dignos de filmes de ficção-científica da pior categoria. Para isso, o elenco não faz por menos e entra de cabeça na brincadeira. Bruce Willis, como o ex-major Korben Dallas, faz o seu melhor tipo de herói de ação, cheio de humor e simpatia. Milla Jovovich está encantadora como Leeloo, ainda mais quando ela fala na língua extraterrestre. Chris Tucker está um desbunde como o mais famoso apresentador do planeta, Ruby Rhod, uma espécie de Prince ainda mais afetado e adaptado para o futuro. Mas o melhor de todos é mesmo Gary Oldman como o grande vilão Zorg. O ator aproveita a chance e faz uma performance memorável, extremamente exagerada, mas sem cair no ridículo.

Quanto à produção, quanto mais espalhafatoso melhor! Os figurinos, desenhados pelo renomado estilista Jean-Paul Gautier, são todos bastante coloridos e dignos de um desfile de escola de samba de daqui 200 anos. A direção de arte não podia ser diferente e também é bem grandiosa e cafona. Enfim, tudo é feito para lembrar aqueles sci-fi de visual psicodélico e vibrante.

Ame ou odeie, uma coisa é certa: "O Quinto Elemento" é um daqueles filmes que vai ficar para a história do cinema como algo único; uma experiência completamente diferente de tudo que já foi feito antes e que dificilmente será repetida. Para mim, um grande admirador do longa, ele vai ser um daqueles filmes que de tempos em tempos eu vou rever e me divertir adoidado. Não é por nada que até hoje é um símbolo do cinema dos anos 1990.

NOTA: 4/5


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