Dir.: Roman Polanski; Escrito por: Yasmina Reza e Roman Polanksi; Com Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz, John C. Reilly. 2011 - Imagem (80 min. - 12 anos)
"Deus da Carnificina" começa com uma cena na qual um grupo de crianças está brincando num parque à beira de um rio. Tudo está muito bem, todos estão alegres até que algo - não sabemos o quê - acontece e o clima muda drasticamente. Os meninos começam a discutir até que um deles acerta um galho de árvore na cara de um outro. A confusão foi iniciada.
Na cena seguinte, os pais dos dois garotos que se desentenderam estão num confortável apartamento de classe média alta em Nova York. Eles estão formulando um documento em que fica claro o estado físico do menino agredido: em resumo, ele perdeu dois dentes, mas segundo a mãe do menino ele ficou desfigurado.
Assim que o documento está pronto, os casais vão para a sala de estar e começam a tomar um café e comer bolo de frutas. Até aí tudo vai bem, todos estão devidamente vestidos, falam da forma mais educada possível, porém o clima começa a mudar e os pais passam a discutir e o que era para ser uma tarde agradável torna-se um verdadeiro inferno. Acontece de tudo um pouco: briga entre casais, vômito, xingamentos... Enfim, os bons modos vão pelos ares.
Dirigido por Roman Polanski, "Deus da Carnificina" tem ao seu favor, primeiro, o elenco. Integrado por gente oscarizada como Jodie Foster, Kate Winslet e Christoph Waltz e pelo cada vez mais competente John C. Reilly, o longa mantém o espectador vidrado o tempo inteiro, sempre curioso em saber o que vem em seguida.
Aos atores une-se também o roteiro extremamente dinâmico escrito por Polanksi e Yasmina Reza, autora da peça homônima que inspirou o filme. Para se ter uma ideia, durante todo o encontro entre os casais não há uma única música, a intervenção de qualquer outro personagem além dos quatro protagonistas, um outro cenário a não ser o apartamento do casal vivido por Foster e Reilly, mas ainda assim, em nenhum momento o longa deixa a peteca cair e cede para a monotonia.
De um ponto de vista técnico, o filme também está de parabéns, principalmente a iluminação, que acompanha o passar do dia. No início da projeção, o apartamento é iluminado basicamente pela luz vinda do meio externo, enquanto ao fim do filme, percebe-se que o apartamento está mais escuro e que agora as luzes estão todas ligadas. Na minha opinião, é algo sutil, mas bastante interessante, tanto que chamou a minha atenção.
Em resumo, é nada menos do que divertido ver quatro pessoas perdendo a cabeça em apenas 80 minutos, provando que o ser humano ainda é um selvagem, apesar de todas as boas aparências. E o mais interessante: isto serve para os personagens do filme e para o espectador também.
NOTA: 4/5
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