sábado, 23 de junho de 2012

Pi (Pi)


Dir.: Darren Aronofsky; Escrito por Darren Aronofsky; Com Sean Gullette, Mark Margolis, Ben Shenkman. 1998 - Europa (84 min. - 14 anos)


Max é um matemático que acredita que tudo aquilo que está ao nosso redor pode ser definido pelos números. Sequências, espirais, padrões seriam a explicação para o porquê de tudo e todos. A partir deste conceito, ele inicia uma busca incessante pelo padrão das bolsas de valores. O que faz as ações caírem num dia e no outro subirem? Deve haver uma explicação matemática para isso. A possível resposta seja um número formado por 216 dígitos. Enquanto isso, um conhecido seu, judeu praticante, lhe conta de toda a Matemática que permeia as páginas do Torá, uma vez que cada letra do hebraico representa um número. Assim, como na bolsa de valores, é provável que haja um padrão matemático relacionado também a um número de 216 dígitos. A partir daí, Max inicia uma jornada frenética para buscar o tal número de 216 dígitos, mesmo que ponha a sua vida em risco.

Só pela sinopse já dá para perceber que "Pi" não é um filme calminho e devagar, mas sim o oposto. São 84 minutos de ação ininterrupta, cortes rápidos e diálogos afiados dirigidos com precisão por Darren Aronofsky, em sua estreia no cinema.

Com uma curiosa fotografia granulada e em preto e branco, "Pi" tem em seu roteiro a sua maior qualidade. Apesar de perder tempo em cenas desnecessárias como aquela em que Max encontra um cérebro na escada do metrô, que não contribui em nada para a trama, o filme ganha pontos por momentos inspirados como o primeiro encontro entre Max e Lenny, o seu amigo judeu, em que Lenny explica a Max a Matemática por trás do Torá. Isso sem falar no clímax de ritmo acelerado, artimanha que Aronofsky usaria em seu próximo filme, "Réquiem para um Sonho".

As atuações também contribuem. Sean Gullette, principalmente, como Max incorpora bem a paranoia do personagem quanto aos números e àqueles que vêm lhe procurar por causa de suas pesquisas nas bolsas de valores, como por exemplo a misteriosa Marcy Dawson. Em certos  momentos de agonia, podemos sentir na pele o incômodo sentido por Max, principalmente em suas crises.

Apesar de não ser um grande filme (não é nem o melhor do diretor), "Pi" entretém com suas ideias mirabolantes sobre as relações entre a nossa vida e a Matemática.

NOTA: 3/5


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