terça-feira, 24 de julho de 2012

A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift)


Dir.: Steve Martino e Michael Thurmeier; Escrito por Michael Berg e Jason Fuchs; Com Denis Leary, John Leguizamo, Ray Romano, Queen Latifah. 2012 - Fox (88 min.)


A franquia "A Era do Gelo" é um daqueles sucessos à prova de tudo. A série nunca foi das mais elogiadas pelos críticos, muitos dizem que ela apenas repete a formula que deu certo no primeiro filme até à exaustão. Os protagonistas sempre se perdem e precisam encontrar o caminho para casa, o esquilo Scrat tenta sempre guardar a sua noz e nunca consegue, as piadas são, em sua maioria, pertencentes ao ramo da comédia pastelão e por aí vai. Entretanto, a cada novo filme lançado, a franquia arrecada mais e mais dinheiro. Consequentemente, os executivos da Fox ficam ainda mais ricos e novos filmes da marca são encomendados. Mas afinal, qual é o poder que "A Era do Gelo" joga sobre o público? Simples, apesar de não serem ambiciosos, os filmes da série são sempre divertidos.

E isto continua no quarto filme da série. Apesar de ser o menos inspirado da saga, "A Era do Gelo 4" consegue ainda assim ser um passatempo agradável à todas as idades, pois manteve em sua base os elementos que deram certo nos três filmes anteriores. Porém, é necessário lembrar que a série começa a mostrar sinais de cansaço.

Neste novo capítulo, numa tentativa frustrada de guardar uma noz, Scrat provoca a deriva continental, afetando a vida de diversos animais, entre eles o trio de protagonistas: o mamute Manny, o tigre dentes-de-sabre Diego e a preguiça Sid. Com a separação dos continentes, os três acabam se afastando de seus amigos e familiares e se veem na difícil missão de voltar para casa sãos e salvos.

Porém, as coisas complicam quando um grupo de piratas, liderado pelo Capitão Entranha, intercepta o caminho dos três amigos e os obriga a fazer parte de sua tripulação, o que acarreta em abandonar o plano de rever os seus familiares.

Enquanto isso, Ellie e Amora, esposa e filha de Manny, junto de seus amigos, tentam ir para um local mais seguro e se salvar da enorme catástrofe prestes a acontecer.

Um problema bastante irritante em "A Era do Gelo 4" é que enquanto a história principal, envolvendo Manny, Sid e Diego, é muito divertida, a trama secundária, que envolve os familiares do grupo é extremamente bobinha e convencional. Neste pedaço do filme, as atenções se voltam para as angústias vividas por Amora, a filha adolescente bem chatinha de Manny. Os clichês são vários: ela se desentende com o pai constantemente, está apaixonada pelo mamute mais bonito da região, tem um amigo apaixonado por ela, sua mãe diz que ela tem que ser quem ela é, etc. Enfim, aquela bobagem motivacional de sempre.

Entretanto, apesar da trama principal ser, no geral, envolvente, em alguns momentos ela também cansa. A principal causa disso é a ação ininterrupta. Se por um lado, a história de Amora é devagar quase parando, as aventuras de Sid, Manny e Diego são hiperativas, para dizer o mínimo. Quando uma luta acaba, uma tempestade já começa, e em seguida já se inicia uma nova luta. Enfim, quando chega no clímax do filme, o espectador já está exausto de tanta confusão.

Outra prova de que a série já está na hora de acabar é o esquilo Scrat. Apesar de ainda ser responsável pelas melhores cenas do filme, as suas peripécias já não são tão engraçadas quanto eram nos filmes anteriores.

No final das contas, "A Era do Gelo 4" mostra que a franquia já não tem mais o mesmo fôlego de outrora. Ainda assim, tem qualidades o suficiente (como a inclusão de uma nova personagem ótima, a avó maluca de Sid) para cumprir o seu papel de entretenimento descartável e inofensivo, mas bastante eficiente.

P.S.: Por estar em São Paulo, pude aproveitar a oportunidade e assistir ao filme na primeira sala 4D do país, localizada no Cinépolis do Shopping JK Iguatemi. O que posso dizer é que para quem já experimentou esta tecnologia antes em algum parque de diversões, a experiência pode ser um pouco frustrante já que não são apenas 10-15 minutos e sim 1 hora e meia de cadeira balançando, vento soprando e água espirrando. Porém, para quem (como eu) nunca havia ido numa sala 4D antes, a diversão é garantida.

Entretanto fica a dúvida: será que isso vai dar certo num multiplex convencional? Afinal, o ingresso é bem salgado e os filmes em exibição são longa-metragens e não curtas.

NOTA: 3/5


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