sábado, 28 de julho de 2012

Valente (Brave)


Dir.: Mark Andrews, Brenda Chapman e Steve Purcell (co-diretor); Escrito por Mark Andrews, Steve Purcell, Brenda Chapman e Irene Mecchi. Com Kelly MacDonald, Emma Thompson, Julie Walters. 2012 - Disney (93 min. - Livre)


Dentre os mais famosos estúdios de animação em Hollywood, de longe, o mais celebrado é a Pixar. Na ativa desde 1986 como produtora de filmes, a empresa sempre recebeu os mais diversos elogios por sua inventividade e pela maneira com que valoriza personagens e histórias ao mesmo tempo em que aprimora sua tecnologia.

Entretanto, depois de anos de céu de brigadeiro, em 2011, a Pixar tomou o seu primeiro grande baque: apesar de ter sido um grande sucesso nas bilheterias, "Carros 2" foi para muitos a prova de que o estúdio não era infalível. A sequência do filme de 2006 é, sem dúvidas, o longa mais criticado já executado pela empresa. Mas como não é boba nem nada, em 2012, a Pixar resolveu dar a volta por cima e nos trouxe "Valente", uma deliciosa aventura passada nas Highlands escocesas.

Apesar de não ser um clássico como vários outros filmes do estúdio e não ter um roteiro tão original assim, "Valente" ganha pontos por ter uma das protagonistas mais interessantes vistas esse ano: Merida, a princesa rebelde. Com seus longos e encaracolados cabelos vermelhos, a menina é uma figura vibrante e cativante, que consegue fazer de seu filme algo muito mais do que poderia ser.

A batida história do filme fala daquela típica relação conflituosa entre mãe e filha adolescente. Enquanto a rainha Elinor se porta como uma verdadeira monarca, Merida prefere viver na floresta, no lombo de seu cavalo, a praticar tiro ao alvo nos troncos das árvores. A situação se complica mais ainda quando Elinor, junto do rei Fergus, decidem que sua filha deve se casar com o herdeiro de um dos três clãs mais importantes da Escócia. Merida, obviamente, não aceita bem a ideia e decide confrontar a sua mãe ao estragar o evento no qual seu marido seria escolhido.

Após uma série de longas e intensas discussões, Merida decide se vingar de sua mãe e entra em contato com uma bruxa que se disfarça de artesã. A senhorinha joga, então, um feitiço na rainha, como pedido pela menina de cabelos vermelhos. Porém, é aí que a história fica mais interessante, pois o feitiço trará consequências inimagináveis a Elinor que testarão o seu relacionamento com a filha.

Enquanto assistia ao filme, cheguei a conclusão de que este era o longa mais Dreamworks que a Pixar já havia produzido. Mas vale dizer, um ótimo filme da Dreamworks! Em "Valente", a ação é constante e as piadas pastelão são comuníssimas, principalmente quando os três irmãos mais novos de Merida estão em cena, entretanto, ainda há espaço para uma narrativa envolvente e bastante emocionante. O relacionamento entre Merida e Elinor é a maior qualidade do filme. Enfim, está mais para "Kung Fu Panda" do que "Bee Movie".

Como se já não fosse o bastante, "Valente" ainda tem um visual espetacular. As Highlands da Escócia já são naturalmente deslumbrantes, em animação então, nem se fala! Para completar, ainda tem animais ferozes e luzes mágicas para deixar o ambiente ainda mais selvagem, mas ao mesmo tempo, encantador. Além disso, tem também o cabelo ruivo de Merida. É simplesmente impressionante o trabalho exercido para fazer aquela verdadeira juba de cor rubra, tanto que foi criado um novo software só para possibilitar este feito.

Uma história antiga, mas ao mesmo tempo nova; uma heroína meiga, mas também revolucionária; qualidade técnica impecável; uma ótima trilha sonora composta pelo (olha só!) escocês Patrick Doyle; entre outros fazem de "Valente" uma experiência extremamente agradável aos olhos, aos ouvidos e à mente.

NOTA: 4/5


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