segunda-feira, 2 de julho de 2012

E Aí, Comeu?


Dir.: Felipe Joffily; Escrito por Marcelo Rubens Paiva e Lusa Silvestre; Com Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira, Emílio Orciollo Netto. 2012 - Paris


"E Aí, Comeu?" pode ser visto como uma versão masculina de "Sex and the City". No filme, um grupo de amigos se reúne periodicamente num botequim para botar o papo em dia e, geralmente, 99,9% da conversa envolve sexo. Os amigos, assim como as nova-iorquinas da série da HBO, falam "daquele" assunto sem o menor pudor. Discutem sobre pênis, adultério, pelos pubianos, loiras, mulatas, ruivas... Enfim, na mesa do bar nada é proibido.

Em paralelo, cada um dos integrantes vive seus próprios dilemas amorosos e sexuais. Fernando, enrolado num processo de divórcio, ainda sofre por causa de sua futura ex-mulher, mas ao mesmo tempo, começa a cultivar uma paixão por uma vizinha sua de apenas 17 anos de idade. Honório, casado e pai de três filhas, passa por uma crise no matrimônio ao suspeitar que sua esposa anda traindo-o. Por fim, Afonsinho, um solteiro aficionado por mulheres casadas, começa a sentir algo a mais por uma prostituta da qual é amigo. Em resumo, a ideia é bastante interessante, pena que a execução seja tão fraca.

Apesar de ter boas performances de seu elenco, principalmente do trio de protagonistas formado por Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emílio Orciollo Netto, o roteiro é uma verdadeira decepção. O grande problema é o seguinte: os roteiristas Marcelo Rubens Paiva e Lusa Silvestre constroem bons pontos de partida, isto é, as situações criadas por eles têm bastante promessa - as histórias são intrigantes, os personagens são bem construídos etc. -, mas o percurso em si é sem graça e monótono. O filme pretende ser uma comédia, tanto que a quantidade de piadas é enorme, só que estas não são inspiradas. Dessa forma, as risadas demoram a chegar, e quando chegam não são das maiores, apesar de ter alguns bons momentos.

Outro problema é o terceiro ato, ou seja, a parte do filme em que todos os conflitos chegam à uma conclusão. Apesar de todos eles terem finais coerentes e bem amarrados, o ritmo começa a arrastar e a impressão de que o filme já deu o que tinha que dar é predominante.

Enfim, "E Aí, Comeu?" poderia ter sido um filme muito melhor do que é, porém a escassez de risadas e a extensão da história até o seu limite fazem do produto final um filme fraco. Portanto, a pergunta que vem à cabeça do espectador é: "e aí, acabou?".

NOTA: 2/5


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