segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Garota das Nove Perucas (Heute Bin Ich Blonde)


Dir.: Marc Rothemund; Escrito por Kati Eyssen; Com Lisa Tomaschewsky, David Rott, Karoline Teska, Jasmin Gerat. 2013 (115 min. - 14 anos)


O câncer é uma doença cada vez mais em voga nas discussões das pessoas. Talvez não haja uma única pessoa no mundo que não conheça outra que tenha câncer. Entretanto, é inegável que hoje em dia é mais fácil sobreviver à doença graças aos tratamentos, cada vez mais modernos. Porém, o câncer continua sendo uma doença tabu e que, sem dúvida alguma, ainda chama bastante atenção, especialmente quando o enfermo já tem a cabeça raspada. É a partir dessa constatação que saiu a história de "A Garota das Nove Perucas".

O filme tem como protagonista Sophie, uma jovem de 21 anos, recém-ingressa na universidade, que descobre que sofre de um câncer da pleura pulmonar raro e bastante agressivo. Consequentemente, o que se segue é um doloroso tratamento que fará Sophie mudar completamente de vida. Porém, quando seu cabelo começa a cair e ela decide raspar a cabeça, a jovem percebe que dessa situação aparentemente sem saída ela pode encontrar uma forma de não só disfarçar a sua doença, mas também de dar uma agitada em seu cotidiano até então resumido ao hospital: comprar perucas e dar a cada uma delas um pseudônimo e uma personalidade diferentes.

Em primeiro lugar, deve-se elogiar a ótima performance de Lisa Tomaschewsky como Sophie. A jovem atriz consegue carregar o filme nas costas, principalmente no primeiro ato, que é mais longo do que devia. Além disso, quando a sua personagem adota as várias personas, Lisa mostra ser uma intérprete versátil e bastante talentosa. Enfim, ela é, na minha humilde opinião, a principal razão de ir assistir ao filme.

O roteiro, porém, não fica atrás. Escrito por Kati Eyssen, baseado na autobiografia de Sophie van der Stap, o filme acompanha de forma realista e nem um pouco sensacionalista todo o tratamento do câncer, desde os primeiros exames até os estágios finais. Além disso, o longa contém diálogos bem escritos, que transitam entre o engraçado e o comovente com muita naturalidade. Mesmo assim, o filme sofre de alguns problemas de ritmo, principalmente no primeiro ato, que como já falei aqui, se estende mais do que devia e que poderia facilmente ter sido encurtado sem comprometer o enredo.

Não há muito mais o que dizer. Em poucas palavras, "A Menina das Nove Perucas" é uma comédia dramática que realmente consegue equilibrar os seus extremos, graças à direção competente de Marc Rothemund, e que merece a sua atenção não só por ser um filme que retrata de forma fiel a luta contra o câncer, mas também por ser simplesmente um bom filme.

NOTA: 3.5/5



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