Dir.: Blake Edwards; Escrito por George Axelrod; Com Audrey Hepburn, George Peppard, Mickey Rooney. 1961 - Paramount (115 min. - Livre)
Quando o nome de Audrey Hepburn é citado, a enorme maioria das pessoas já se lembra de Holly, a adorável garota de programa de "Bonequinha de Luxo". Seja a cena inicial do filme, na qual Audrey, vestida de preto, toma um copo de café e come um croissant em frente às luxuosas vitrines da loja da Tiffany & Co. em Nova York, seja a enorme piteira de Holly ou a música-tema Moon River, até mesmo quem nunca viu este clássico conhece um ou outro momento do filme. Não é por acaso que "Bonequinha de Luxo" é um dos filmes mais adorados de todos os tempos.
Baseado
no livro escrito por Truman Capote, o longa conta a história de Holly, uma bela
jovem que para ganhar a vida, já que não alcançou a fama que tanto queria,
trabalha como garota de programa de luxo. Por causa disso, vive sendo
perseguida por homens ricos, mas não necessariamente atraentes, que sempre
querem um pouco mais de seus dotes.
Porém,
um dia chega à sua porta o seu mais novo vizinho, o atraente Paul, que ela
insiste em chamar de Fred, já que ele supostamente se parece com seu irmão, o
tal do Fred. Mas se de início eles se dão bem, ao suspeitar que Paul é um
michê, mesmo que seja apenas um escritor fracassado, Holly faz de seu novo
vizinho seu melhor amigo, já que eles possuem realidades tão parecidas,
recheadas de inúmeros sonhos não realizados.
Enquanto
isso, Holly faz de tudo para arranjar um marido rico e mudar completamente de
vida. Seu maior alvo é o empresário brasileiro José da Silva Pereira, buscando
sempre a ajuda de seu grande amigo, Paul, para conquistá-lo.
Dirigido
por Blake Edwards, "Bonequinha de Luxo" é uma ótima comédia
romântica, daquelas que faz a gente rir, se emocionar e criar uma empatia
enorme por seus protagonistas. Audrey Hepburn está incrível como Holly e mostra
o porquê ela foi uma das maiores estrelas de Hollywood: seu carisma é
inesgotável. Além disso, a sua química com George Peppard, intérprete de Paul,
é ótima e faz do filme algo maior.
Os
figurinos e a bonita trilha sonora de Henry Mancini, colaborador frequente de
Blake Edwards e autor do icônico tema dos filmes da "Pantera
Cor-de-Rosa", apenas contribuem para deixar o clima do filme ainda mais
elegante, mas ao mesmo tempo divertido. A direção de Edwards também é ótima.
Exemplo disso é a cena da festa dentro do apartamento de Holly.
Entretanto,
o filme tem as suas pequenas falhas. A principal delas é a forma como
personagens estrangeiros são apresentados, de forma totalmente estereotipada. O
personagem mais esculachado é o do vizinho de Holly, sr. Yunioshi, interpretado
por Mickey Rooney. Yunioshi é um asiático, pelo que parece chinês, que é extremamente
atrapalhado, mas esse não é o problema. O que incomoda é que o homem tem dentes
que mal cabem dentro da boca, troca "L" por "R" e é bem
espalhafatoso. O empresário pelo qual Holly está "interessada", o
brasileiro José também é vítima de alguns estereótipos, entre eles a pronúncia
de seu nome (todos pronunciam a versão espanhola do nome, com "J" com
som de "R"), o seu sotaque francês e algumas referências à cultura
espanhola como se fossem brasileiras. Pelo menos numa cena Holly está
aprendendo português (mesmo que seja o lusitano), e fala que o idioma é muito
difícil (fato!). Mas não se preocupe, nenhuma das falhas acaba com o charme do
filme.
Engraçado, comovente,
icônico, entre outros adjetivos muito positivos, "Bonequinha de Luxo"
tem uma história atemporal (apesar de seus estereótipos bem datados) e que felizmente
encanta cada vez mais pessoas ao redor do mundo.
NOTA: 4/5
Nenhum comentário:
Postar um comentário