Dir.: Rodrigo García; Escrito por Ronnie Christensen; Com Anne Hathaway, Patrick Wilson, Dianne Wiest. 2008 - Imagem (93 min.)
Ao olhar a capa do DVD ou ao assistir ao trailer de "Passageiros", alguém pode jurar de que se trata de um filme de suspense. Realmente, o filme é um suspense propriamente dito até certo ponto. Depois disso? Nem ele mesmo sabe! Só por essa introdução já deu para perceber que "Passageiros" não é um filme perfeito.
O
longa, dirigido por Rodrigo García (realizador do simpático "Albert
Nobbs"), acompanha Claire, uma terapeuta vivida por Anne Hathaway, que
após um acidente de avião deve oferecer tratamento psicológico aos
sobreviventes do desastre. Mas é claro que por trás do acidente há muitas
outras coisas acontecendo, que o espectador só irá descobrir ao final da
sessão.
Como
o assunto já ficou encaminhado, vou começar esta resenha falando sobre a maior
falha do filme: o modo como o roteirista Ronnie Christensen trata dos diversos
gêneros cinematográficos abordados pelo longa. No início, ele é decididamente
um suspense, porém com a entrada do personagem de Eric, vivido por Patrick
Wilson, o filme passa a mesclar suspense e romance de uma forma não muito
eficiente. Há momentos em que o filme parece mais uma comédia romântica, para
ser sincero. No final, então, o filme volta a ser um suspense. Tudo isso permeado,
ainda, pelos dramas dos passageiros e de Claire. Resumindo, o filme não sabe se
é drama familiar, suspense ou romance. Dava para misturar tudo isto num filme
de forma satisfatória? Dava. Mas parece que Christensen não tem habilidade
suficiente para isto.
Ainda
quanto ao roteiro, a sua revelação final não é tão surpreendente quanto tem a
intenção de ser. O espectador, ao longo do filme, já consegue ligar os pontos e
ter pelo menos uma ideia de qual vai ser a conclusão da trama.
A
trilha sonora de Edward Shearmur também me incomodou um pouco. Na minha
opinião, ela tem cara de trilha de programa televisivo e não de filme. Não que
eu esteja dizendo que as trilhas sonoras feitas para a TV sejam ruins, mas como
cinema e televisão são mídias parecidas, mas ao mesmo tempo muito diferentes
entre si, a trilha sonora me pareceu simplesmente deslocada.
Em
outros aspectos o filme é até competente. As atuações são boas (apesar de Anne
Hathaway, sempre que sua personagem iniciava uma sessão, mudasse totalmente de
voz, parecendo uma locutora de aeroporto ou coisa do gênero, com voz calma e
meio sussurrada), a fotografia é bem feita e a direção de arte é simples, mas
de qualidade.
NOTA: 2.5/5
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