Dir.: Bennett Miller; Escrito por Steven Zaillian e Aaron Sorkin; Com Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman. 2011 - Sony (133 min. - 10 anos)
"O Homem que Mudou o Jogo" é aquele típico filme que se não tivesse Brad Pitt como protagonista e não tivesse sido indicado a seis Oscars este ano nunca teria chegado às salas de cinema do Brasil, e sim na prateleira da locadora mais próxima de você.
O motivo? É um filme sobre beisebol. No Brasil, é quase inexistente a prática de beisebol, não há praticamente ninguém que veja partidas deste jogo na televisão e muito menos é tema de conversas. Resumindo, o beisebol não é um esporte difundido no Brasil, portanto, lançar um filme que gire em torno dele nas salas de cinema brasileiras é praticamente um tiro no pé. Prova disso é que eu fui ver "O Homem que Mudou o Jogo" num domingo, sessão de 20:40, numa sala relativamente grande, e no máximo metade da sala tinha suas cadeiras ocupadas, ou seja, o filme não rende.
Mas mesmo com este problema comercial, "O Homem que Mudou o Jogo" é um bom filme. Mesmo que não seja a obra-prima que alguns críticos dizem ser, o filme dirigido por Bennett Miller tem uma história interessante e boas atuações.
O longa conta a história do "general manager" do time Oakland Athletics (os A's), Billy Beane, que pretende montar um time perfeito usando apenas estatísticas com a ajuda de um ex-estudante de Economia em Yale, Peter Brand. Com isso, é óbvio que Beane vai arranjar muitos inimigos no esporte e vai suar a camisa para fazer com que seu time vença, porém nem preciso dizer o que vai acontecer no final, não é?
Como Billy Beane, Brad Pitt dá uma interpretação convincente como um homem que ao mesmo tempo que luta para revolucionar o beisebol, deve também esquecer dos fantasmas de seu passado e se reaproximar de sua filha.
Já Jonah Hill como Peter Brand, também se sai muito bem e forma uma ótima dupla com Pitt. Por sinal, é um alívio ver Hill num outro papel que não seja um gordo tarado e chato igual ao Seth, seu personagem em "Superbad - É Hoje".
Um outro coadjuvante de luxo no filme é Phillip Seymour Hoffman como Art Howe, o técnico do Oakland A's. Hoffman está muito bem no papel e, sem dúvidas, merecia mais tempo na tela.
Mudando de assunto, uma preocupação de muita gente era se os brasileiros que fossem assistir ao filme iriam entendê-lo mesmo com o uso de jargões típicos do beisebol, e a resposta é sim. Mesmo que às vezes o espectador boie nas expressões faladas, dá para entender perfeitamente a história do filme mesmo sem ser um especialista em beisebol.
Entretanto, apesar dessa boa notícia, "O Homem que Mudou o Jogo" tem alguns problemas. O primeiro deles é a duração do longa: o filme poderia ser um 15 minutos mais curto sem prejudicar a narração da história.
Outro problema do longa são duas histórias paralelas que não fazem muita diferença para o filme. Uma delas mostra a carreira frustrada de Beane como jogador de beisebol, quando ainda era jovem. Esse evento poderia ter sido apenas citado e causaria o mesmo impacto que os "flashbacks" apresentados. Além disso, diminuiria a duração do filme. A outra história diz respeito à relação entre Beane, sua filha e sua ex-esposa. Esta história também não acrescenta muito ao longa e poderia ter sido diminuída, mesmo já não sendo muito explorada.
Enfim, "O Homem que Mudou o Jogo" é um bom filme para quem gosta ou não de beisebol, porém não é tudo isso que se fala por aí e SEIS indicações ao Oscar já são um exagero.
NOTA: 3.5/5
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