quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um Método Perigoso (A Dangerous Method)


Dir.: David Cronenberg; Escrito por Christopher Hampton; Com Michael Fassbender, Keira Knightley, Viggo Mortensen. 2011 - Imagem Filmes (99 min. - 14 anos)

Como o próprio título já diz, "Um Método Perigoso" não é um filme alegre e agradável de se ver, pelo contrário, é denso, extremamente dramático e por vezes, incômodo de se assistir. Então já fica o aviso: se você quer ir ao cinema apenas para se divertir, fique longe deste filme! Mas se você está interessado, vá sem problemas, pois você não vai se decepcionar.

Dirigido pelo canadense David Cronenberg (famoso por filmes bem violentos e difíceis como "Videodrome", "A Mosca", "Crash - Estranhos Prazeres" e "Marcas da Violência"), "Um Método Perigoso" tem como protagonista o famoso psicanalista Carl Jung. Aqui, a história se desenrola a partir de duas relações intensas vividas por ele: a primeira é a sua amizade/rivalidade com o pai da psicanálise, Sigmund Freud; e a segunda com uma de suas pacientes, a alemã Sabina Spielrein. Nem preciso dizer que as coisas ficam bem tensas, já que o relacionamento de Jung com Freud fica cada vez mais insustentável e a sua relação médico/paciente com Sabina evolui para um caso de amor carnal, e daqueles bem fetichistas com direito a tabefes e tudo.

Obviamente, para que um filme desses desse certo, Cronenberg precisaria de um elenco de primeira, e isso não lhe falta em "Um Método Perigoso". Primeiramente, para viver Carl Jung ele escalou o ator do momento: o alemão Michael Fassbender. Então, para o papel de Freud, ele escolheu um companheiro seu de longa data: o americano Viggo Mortensen, que protagonizou os dois longas anteriores do diretor - "Marcas da Violência" e "Senhores do Crime". Finalmente, escolheu a britânica Keira Knightley para viver Sabina. Além de chamar Vincent Cassel para uma pontinha como Otto Gross, um psicanalista polígamo e supostamente louco, também paciente de Carl Jung. O resultado disso foi um conjunto de ótimas atuações, principalmente do trio de protagonistas.

Como se já não bastasse, o roteiro do filme também é bastante interessante, sendo construído a partir de longas conversas entre as personagens, que vão desde consultas até discussões sobre o futuro da psicanálise.

Tecnicamente falando, o filme é competente. O figurino é bem-feito, a fotografia é bonita e, principalmente a trilha-sonora de Howard Shore merece elogios. As suas composições são densas e combinam bastante com o clima do filme.

Enfim, quem quer ver um filme mais baixo-astral, mas ao mesmo tempo muito envolvente, "Um Método Perigoso" é a recomendação. Bem-feito, bem dirigido, bem atuado e, acima de tudo, bem escrito.

NOTA: 3.5/5


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