Dir.: Judd Apatow; Escrito por Judd Apatow e Steve Carell; Com Steve Carell, Catherine Keener, Paul Rudd, Seth Rogen. 2005 - Universal (116 min. - 16 anos)
Judd Apatow já era um nome conhecido em Hollywood desde a década de 1990, afinal ele era um produtor de comédias de destaque e amigo de diversos comediantes famosos como Adam Sandler e Ben Stiller. Entretanto, foi com o seu primeiro filme como diretor, "O Virgem de 40 Anos", que Apatow tornou-se um grande nome na indústria cinematográfica norte-americana, sendo considerado atualmente uma verdadeira marca capaz de vender diversos filmes. Para se ter uma ideia, Apatow produziu algumas das comédias mais bem-sucedidas dos últimos anos como "Superbad - É Hoje", "Ligeiramente Grávidos" (o qual também dirigiu) e "Missão Madrinha de Casamento". E não é de se espantar porque "O Virgem de 40 Anos" transformou a sua carreira para sempre: é simplesmente um ótimo filme!
No longa, Andy é um homem de 40 anos que não fez nada de importante na vida, tanto que trabalha no estoque de uma loja de eletrônicos e coleciona figuras de ação e joga videogames nas horas vagas, ou seja, vive sozinho, sem amigos nem namorada. Na verdade, os seus "brinquedos" são os seus melhores amigos. Para piorar ainda mais a situação ele tem um segredo: é virgem. Porém, um dia durante um jogo de pôquer entre ele e seus colegas de trabalho, estes descobrem que Andy é virgem e decidem ajudá-lo a arranjar uma mulher para transar. Não preciso nem dizer que isto vai levar a situações constrangedoras.
Para início de conversa, o humor de Apatow não agrada a todos. Pelo contrário, é daqueles que divide bastante as opiniões, isto é, há pessoas que o amam e há pessoas que o odeiam. Portanto, se você não gosta de um humor rude, cheio de piadas sobre sexo e drogas, regadas a altas doses de palavrão, fique longe não só deste, mas de todos os outros filmes dirigidos e/ou produzidos por Apatow. Mas se você é que nem eu, que se diverte com este tipo de filme, prepare-se, pois as risadas vão ser frequentes.
Sejam as tentativas frustradas dos amigos de Andy de tentar fazê-lo transar com alguma garota, a cena da depilação ou qualquer um dos diversos diálogos nonsense que aparecem periodicamente no filme, tudo contribui para uma experiência cinematográfica extremamente satisfatória.
Outra qualidade do texto de Apatow e Steve Carell, que também protagoniza o filme, é a mistura eficaz entre um humor extremamente grosseiro, típico de Apatow, e outro mais doce, típico de comédias românticas. Isto fica bastante evidente a partir do meio do filme, quando Andy conhece Trish, a única mulher pela qual ele realmente se interessa durante todo o filme, mas continua tentando pegar qualquer piriguete bêbada em um bar.
Entretanto, como faço questão de dizer o tempo inteiro, não adianta apenas o roteiro de uma comédia ser bom para ela dar certo. O elenco também precisa ser afiado e tem que apresentar uma ótima química entre os seus integrantes, e aqui isto está presente durante todo o tempo de projeção. Steve Carell está muito bem e é realmente a alma do filme, mas consegue se sair ainda melhor na companhia de Seth Rogen, Paul Rudd e Romany Malco nas cenas de comédia pastelão e de Catherine Keener nas cenas mais românticas. Além disso, as participações de Jane Lynch (como a chefe de Andy, num papel pré-Sue Sylvester de "Glee") e Kat Dennings (como a filha de Keener, já demostrando o timing cômico que mostra atualmente na serie "2 Broke Girls") são ótimas e geram muitas risadas.
"O Virgem de 40 Anos" é, então, um filme grosseiro, mas ao mesmo tempo apaixonante, com personagens muito bons e uma história envolvente. Ouso dizer que é uma das melhores comédias dos anos 2000.
NOTA: 4.5/5
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