Dir.: Stephen Daldry; Escrito por Eric Roth; Com Tom Hanks, Thomas Horn, Sandra Bullock, Max Von Sydow. 2011 - Warner Bros. (129 min. - 10 anos)
Muita gente ficou surpresa (e até indignada) quando "Tão Forte e Tão Perto" figurou na lista de indicados ao prêmio de melhor filme no Oscar. De início, eu também achei estranho, afinal o filme recebeu críticas bem mornas nos EUA (tem apenas 47% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 46 no Metacritic). Mas hoje, depois de assisti-lo, finalmente vi que realmente o filme não merece estar na lista.
Sem dúvida alguma, o filme tem uma história bastante interessante: um menino encontra nos pertences do pai, morto nos atentados do 11 de setembro, uma chave e inicia então uma jornada por toda Nova York para descobrir onde esta chave se encaixa.
Além disso, todos do elenco estão em atuações muito boas e mereciam um filme melhor. O problema, porém, é que o personagem principal do longa é extremamente desagradável. Oskar Schell, o protagonista, é chato, grosso e mimado, fazendo com que o espectador não tenha o menor pingo de empatia por ele, mas pelo contrário, queira que o menino apenas se dê mal, mesmo tendo ele sofrido uma grande perda. O ator que o interpreta, Thomas Horn (estreante em atuação. Foi descoberto num programa de perguntas e respostas chamado Jeopardy onde na "semana das crianças" chegou a ganhar mais de 30 mil dólares) até que se empenha e tem uma ótima performance, mas Oskar é tão desprezível que nem mesmo os esforços de Horn conseguem mudar algo. Consequentemente, com um protagonista tão irritante, o longa acaba sendo muito menos do que poderia ser, e para falar a verdade esse é o meu único problema com o filme. Mas que problema... O final até consegue melhorar um pouco as coisas, pois o protagonista está mais humilde e o desfecho é inventivo.
No resto, assim como a história e as atuações (por sinal, o elenco tem pontas de diversos atores ótimos como Tom Hanks, Sandra Bullock, Max Von Sidow, Viola Davis e John Goodman), o filme é bastante competente. Mas ainda assim, o diretor Stephen Daldry conseguiu fazer um filme sobre a infância com muito mais sucesso quando filmou "Billy Elliot", e é uma pena que "Tão Forte e Tão Perto" não tenha tido o mesmo destino.
Indicado a dois Oscars - filme e ator coadjuvante para Max Von Sidow - , "Tão Forte e Tão Perto" poderia ter sido um ótimo filme caso o seu protagonista não fosse tão ruim, mas como ele é assim, o longa ficou sendo apenas uma experiência frustrada.
NOTA: 2.5/5
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